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Mensagem por Convidado Qui Dez 28, 2017 8:02 am

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Um local simples, claramente mal cuidado. Há certas coisas que são, para não usar outros termos mais chulos, vintage. Por mais que esteja com decorações que parecem ser de décadas atrás, ainda é um local onde vive Ozob. Justamente pelo fato de ele ser um especialista em explosivos, isso é o que não falta nesse lugar, com granadas sendo espalhadas pelo chão, todas dos mais variados tipos. Há até mesmo explosivos muito antigos, ou pelo menos de aparência antiga, com as famosas amassadoras de batata, usadas na segunda guerra mundial. As paredes do local são macias, e inspecionando melhor, dá para notar que elas estão repletas de C4

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Mensagem por Oleg Korolenko Sex Jan 12, 2018 9:44 pm

Os dois grupos chegaram ao Cafofo ao mesmo tempo. Rexus olhou o local com uma cara de nojo enquanto Oleg parecia acostumado, e Silvana procurava apenas chegar logo a um lugar seguro para desenvolver um plano, apesar de estar com a cabeça a mil por hora o tempo todo. 

— Ozob, dinheiro eu sei que você tem. Não podia ter escolhido um lugar melhor? — É claro que Rexus tinha que intervir. 

Oleg e Silvana ficaram em silêncio.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 6:15 am

Andrew, assim como Oleg, já visitara várias vezes o cafofo de Ozob e estava acostumado com o estado precário da casa onde o replicante morava. Durden não se importava muito, já estivera em locais piores muitas vezes antes. Ao adentrarem, puderam notar que o lugar era ainda pior por dentro, com bagunça para todos os lados e muitos, mas muitos explosivos espalhados pelo local. Até mesmo as paredes, recheadas de C4, eram macias ao serem encostadas. Se aquele antro de bombas um dia explodisse, iria abalar Neo Tokyo inteira.

- Dinheiro? Que dinheiro? - Riu Ozob - Meu amigo, eu vivo no limite.

- Muito bem cavalheiros. Como é que vamos fazer isso? - Questionou Andrew, sentando-se no que parecia ser uma cadeira segura.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 13, 2018 2:35 pm

— Não acredito que você mete pau em todo o dinheiro que você ganha! — Rexus comentou, indignado. 

Silvana voltou a colocar a maleta em uma superfície e abri-la. Ainda era difícil acreditar. 

— Então Andrew e eu podemos ir.

— Calma lá, Rexus. — Silvana pediu. — Precisamos saber o que fazer quando chegarmos lá dentro, na mente dele. Precisamos saber onde ele está, mas isso a gente só vai descobrir lá dentro. O tempo dentro dos sonhos passa muito mais devagar. Um minuto aqui fora significa horas. Hoje em dia pessoas do escalão dele são treinados contra roubo de informações pelo sono, então não podemos parecer intrusos. Precisamos nos mesclar, dizer a ele que somos parte do sistema de defesa da mente dele. Aí podemos instruí-lo sobre como agir, e então chegar até onde a informação está. 

— É imprrrevisivel o que podemos encontrrrar lá dentrrrro. Cada mente é de um jeito. 

— Precisamente. — Silvana afirmou.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 2:52 pm

- Porra, olha quem fala. Quanto que te custou esse terno horroroso aí? - Falou Ozob, apontando o dedo para a cara de Rexus.


Ozob olhou para a maleta aberta, ele sabia bem o que ela possuía e o quão valioso aquilo era. Porém, ele só tinha mais seis meses de vida, logo aquilo não importava e nem mesmo o interessava. Tudo o que ele queria era dinheiro para poder torrar novamente, com seus jogos, bebidas e mulheres. Andrew aproximou-se daquilo e observou calmamente.

- Calma meus amigos, vocês estão colocando a carroça na frente dos dois. Precisamos primeiro pensar em como chegar nesse cara. Ele não vai estar em um cassino todo rodeado de pessoas e seguranças? Não adianta nada tentar pensar em como invadir a mente dele se não soubermos como chegar nele em si antes ora essa - Disse Andrew, pousando suas mão em cima da mesa e empurrando uma granada para o lado - Temos como ver alguma planta do cassino? Ou fotos do lugar? Rexus deve saber como é, mas só ele de guia não dá também né.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 13, 2018 3:16 pm

— Pra que quer saber? Você não ficaria bem em um desses. — Rexus provocou. 

— Por favor, podemos focar aqui? — Silvana pediu. — Sim Andrew, como vamos chegar até ele também é muito importante. Não deve ser difícil encontrar uma blueprint na rede. Se tentar no banco de dados da Future Engineering você deve ter mais sorte. Eles é quem fizeram as últimas reformas. Rexus, precisamos saber se ele está lá agora, embora creia que sim. Não temos tempo, e isso tem que acontecer esta noite. 

— Me de um minuto e consigo essa informação. — Ele foi falar com seus contatos. 

— Durrrrden, pode me ajudar com a prrrovável colocação dos guardas e uma estratégia? — Oleg pediu, assim que Tiveram acesso às plantas.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 3:22 pm

- O dia. O dia em que eu me vestir com um negócio desses, é o dia em que eu me mato - Falou Ozob, sua voz repleta de raiva.

- Claro, posso fazer isso - Disse Andrew, seu tom de voz soando muito, mas muito cansado. Ele caminhou até o computador de Ozob e conectou-se a rede, sem nem mesmo pedir permissão. Até porque não era necessário, uma vez que era para missão não haveriam motivos para que Ozob reclamasse. Enquanto tudo isso acontecia, Durden caminhou até Oleg, assim que Andrew passou as plantas para o PDA pessoal de cada um.

- Acho que matar os guardas vai ser um puta de um erro - Falou Durden - Isso só vai botar a máfia ainda mais atrás da gente, sem contar com a polícia. Disparos atordoantes devem bastar.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 13, 2018 3:41 pm

“Não deve demorar” Rexus pensou, mas continuou buscando as informações, e em seguida voltou para os outros. 

— Ele está lá, e ficará pelo resto do dia. 

Oleg passava a mão pela barba. 

— Hmm... e se fizéssemos uma aprrroximação mais sorrrateira? — sugeriu. 

Silvana modificava duas injeções de nanorobos com a ajuda de alguns programas em silêncio.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 3:47 pm

- Bom, isso é bom - Falou Andrew, olhando para Rexus conforme ele falava.


- Pode até ser, mas quem se infiltraria daí? Rexus e Andrew mesmo? - Falou Durden.

- Vai ser meio difícil a gente entrar lá né ô Durden! Tu não saí dessa porcaria dessa armadura, o Silvana é conhecido. O Oleg é cheio de tatuagens na cabeça - E então, Ozob parou - E eu não sei se você notou, talvez tenha tido dificuldades, mas eu sou um palhaço albino com uma granada no lugar do nariz!

O resto do tempo de planejamento foi gasto com discussões e piadinhas exatamente como aquelas. Mas por fim, estava tudo decidido.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 13, 2018 4:01 pm

Rexus abotoou um botão do termo caríssimo ao descer do Porsche. Os cabelos, geralmente escuros estavam loiros. Modificações nas maças do rosto, queixo e boca davam outra face ao rapaz. Ele olhou para sua acompanhante, dando um sorrisinho satisfeito com o disfarce do amigo Andrew.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 4:08 pm

Conforme descia do carro, Andrew ajeitava as mangás do paletó que pegara emprestado do próprio Rexus, a sua aparência já não era mais a mesma. Antes, ele parecia ser incontáveis homens ao mesmo tempo, fazendo com que ele fosse ninguém e todo mundo ao mesmo tempo, mas esse disfarce chamaria atenção naquele cassino da máfia. Ele agora aparentava ser um homem americano, tendo por volta de 1,80 metros de altura, com cabelos negros e curtos, penteados para trás. Olhos verdes e inteligentes brilhavam no rosto dele, conforme ele se aproximava se Rexus.

- Você sabe onde ele vai estar? - Questionou Andrew, observando o cassino a sua frente - Ou vamos ter que buscá-lo?

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 13, 2018 7:49 pm

Rexus passou um braço pela cintura de Zumira e olhou para Andrew. 

— Não se preocupe. Ele estará andando pelo cassino até que encontre uma acompanhante à altura. Depois disso estará no seu quarto privativo. 

Rexus, Zumira e Andrew entraram no cassino, e Silvana falou pelo link: 

— Agora vocês estão por conta própria. Senhores, senhorita, boa sorte. 

O cassino não era tão grande ou luxuoso quanto os que pertenciam às máfias, mas nem por isso era menos visitado. Membros do exército davam preferência para cassinos menores, geralmente porque o vício no jogo não era infrequente entre eles, e os cassinos menores não eram tão rígidos quanto ao tamanho da sua aposta. 

Não demorou muito para que vissem o dono da casa, o Senhor Hironaka. Ele caminhava com dois seguranças e cumprimentava os jogadores e apostadores mais ilustres com um sorriso cortês. 

Rexus logo se mesclou ao local, numa mesa de Blackjack, e Zumira ganhou terreno observando Hironaka e fazendo como os rapazes haviam instruído.
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Mensagem por Convidado Sáb Jan 13, 2018 8:03 pm

De começo, Andrew fora completamente contra a vinda de Zumira. Achava que mais uma pessoa poderia apenas comprometer a situação, ainda mais uma replicante conhecida por andar com Ozob. Claro, naquela parte da cidade não havia como ela ser reconhecida, pois ninguém ali deveria frequentar a Cidade Baixa ao ponto de conhecer Ozob e com quem ele andava.


- Certo.

Andrew caminhou até o cassino mantendo um pouco de distância de Rexus e Zumira. Assim que chegaram, quando eles foram para um lado ele foi para o outro, dando a entender que mesmo todos tendo vindo juntos, cada um tinha seus próprios planos do que jogar e no que apostar. Porém, os olhos do androide estavam focados em Zumira e Rexus e em seu alvo. Se necessário fosse, ele estava pronto para agir.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Jan 27, 2018 10:14 pm

Rexus se mesclou em uma mesa de Blackjack enquanto Zimira fez sua aproximação de femme fatale para o Senhor Hironaka, que caiu como um patinho. Os dois não se demoraram muito mais no saguão, e Zumira o acompanhou para um dos quartos privativos. 

Com um sinal, Rexus já preparava uma pequena distração causando um pouco de discórdia na mesa de blackjack entre dois jogadores, para atrair dos guardas daquela região para lá e deixar o caminho livre para Andrew. 

Zumira era só sorrisos para Hironaka, que achou que havia tirado a sorte grande naquele dia.
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Mensagem por Convidado Dom Jan 28, 2018 11:04 am

Andrew caminhou tranquilamente por entre as mesas de roleta, fingindo observar os jogos de aposta com ávido interesse. Claro, seu cérebro positrônico não estava programado para gostar de jogos de azar, porém ele conseguia compreender de onde vinha aquela atração que os humanos possuíam por algo aleatório como aquilo. Ele parou perto de uma das mesas, ainda observando o jogo, conforme Zumira adentrava o quarto com o homem. Ela havia conseguido notar a aproximação do robô, e, com um movimento rápido, tirou uma pequena seringa de seu vestido e deu uma rápida espetada na cintura do homem, algo que não deveria ser notado por ele, uma vez que ela apertou suavemente o local com sua mão. O que seria uma picada, logo se tornaria uma sensação quente, uma vez que o calor humano poderia ser sentido, mesmo por cima das roupas.


Para um robô, NDR era realmente bom em imitar emoções. Um sorriso percorria os lábios dele, ou melhor, do holograma que ele usava como disfarce. Perante seus olhos, várias e várias abas eram abertas ao mesmo tempo, para checar os sistemas internos do homem, para checar o estado dos nano-robôs, e uma em especial que era apenas dois botões. 

DESATIVADO|ATIVADO

Andrew ativou os nano-robôs, para um robô isso era realizado apenas por pensar. É claro, o sistema que ele possuía era muito mais complexo do que apenas ativar algo por pensar, mas era uma boa maneira de se resumir a situação. De volta no cafofo de Ozob, era muito possível que Silvana estivesse olhando para a tela do computador do mercenário albino. O computador era extremamente avançado, mas a tela era pequena e quadrada, idêntica a aqueles monitores de tubo usados no começo dos anos 2000, normalmente produzidos pela empresa LG. O motivo de algo tão arcaico estar sendo usado pelo replicante? Ele afirmava que gostava dessa moda vintage que vinha tomando cada vez mais espaço nas ruas de Neo Tokyo.

- Senhores - Falou Ozob, aproximando-se ao ver que a tela piscou, com um novo update - A aranha caiu na teia.

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Mensagem por Oleg Korolenko Ter Jan 30, 2018 8:02 pm

Silvana sorriu. 


— Ótimo. Com essa leitura, tudo que precisamos é da máquina. As cobaias... ehm, digo... os voluntários estão prontos? — Silvana brincou. 


Já haviam preparado quatro camas e Durden ajudou a preparar os viajantes dos sonhos quando Rexus e Andrew chegaram. 


— Isso me lembra da minha Mãe Rússia. — Oleg comentou, ao ser preso a uma cadeira reclinável Com eletrodos por todo o corpo. 


— Eu só espero manter a classe lá dentro. — Rexus comentou, enquanto também era preso a sua cadeira. 


Silvana monitorou os sinais vitais da Vítima, e afinal declarou que ele estava dormindo. 


— Todos prontos? 


Assim que estivessem, ele apertaria um botão e o líquido fan Aleta começaria a descer, sendo injetado em igual quantidade em todos os  quatro, colocando-os em um sono profundo. 
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Mensagem por Convidado Ter Jan 30, 2018 8:33 pm

- Bora! - Falou Ozob, enquanto Andrew soltava um longo suspiro.


Logo, a consciência daquele quarteto começou a se desfazer, conforme seus olhos fechavam-se e eles entravam em um estado de sono. A conexão havia sido personalizada pelo antigo dono daquele aparelho, os quatro iriam ver uma série de montanhas ao seus lados, conforme percorriam um rio cor de rosa, com o chão ao seu lado não possuindo textura alguma. Na distância, um sol rosa erguia-se e iluminava o local. Tudo isso era visto em questão de segundos, conforme eram ligados aos sonhos de seu alvo.

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Aquela visão neon sumiu, dando lugar para um local cinza. O quarteto havia sido separado, com Ozob estando sozinho, em um local que parecia mais um circo. Oleg, por sua vez, estava em um gulag russo, intacto, como se tivesse acabado de ser construído. Andrew e Rexus estavam juntos, em um local que lembrava muito um templo romano. Para a, possível, alegria de Rexus, este templo era dedicado a um dos antigos deuses romanos. E nele, estava acontecendo um dos famosos bacanais, que marcaram a história. Mulheres e homens dos mais variados tipos e tamanhos copulavam ao redor deles, enquanto Rexus e Andrew estavam no centro, os corpos nus e colados formando um perfeito círculo ao redor deles. Uma mulher destacou-se entre eles, bonita, de cabelos negros longos, com um corpo perfeito. O cheiro de vinho e de sexo inundava aquele local, algo que o contrabandista deveria conhecer muito bem, assim como conhecia os sons que invadiam os ouvidos dos dois.

- Venham, venham. Juntem-se a nós - Chamou a mulher, mantendo um sorriso sedutor em seus lábios.

- Isso aqui é um ritual para Baco - Murmurou Andrew, para Rexus.


- Baco? Não, ele não tem lugar aqui - Disse a mulher, de alguma maneira escutando o que o androide falara - Este é um templo de Mércurio. Venham, juntem-se a nós. Honremos a graça de Mercúrio. Honremos nosso deus.

Oleg, por sua vez, estava em um local cujo ar era pesado. Carregado e gelado, como eram as terras russas. A entrada, atrás dele, possuía uma enorme estrela vermelha acima, invocando toda aquela imagem da União Soviética. Na sua frente, havia um enorme campo coberto por neve, indo até onde seus olhos podiam alcançar, algo dentro dele lhe avisava que ele morreria se seguisse aquele caminho, apesar de estar em um sonho. Em sua cabeça, Oleg podia ouvir as súplicas das almas que haviam perecido naquele local, gritando, implorando por resgate. Ele podia ouvir incontáveis vozes chorando em uníssono, assim como algumas estavam rindo, desesperadamente, enlouquecidamente. Dentro do Gulag, atrás de uma das construções, Oleg pôde ver uma silhueta movendo-se. Seu formato, ele conhecia bem. Sabia quem era. Uma pessoa que lhe fora importante, por mais que seu nome não lhe viesse a cabeça naquele momento. Porém, era uma pessoa importante.


Gulag:

Ozob, solitário, estava em um palco de um circo. Cadeiras vazias e vermelhas espalhavam-se até onde seus olhos podiam alcançar. Cadeiras e mais cadeiras, todas vazias. Atrás dele, uma cortinha estava caída no chão, abandonada, cheia de furos de traças e outros rasgos que não haviam sido feitos pelos pequenos seres. O palco era feito de madeira e, quando Ozob deu um passo para frente, ele rangeu. Mas, não era um rangido comum, como era de se esperar de uma madeira velha. Era uma risada de uma criança. Ele deu mais um passo, mais uma risada, desta vez diferente. Não vinham da madeira em si, mas uma hora da direita, uma hora da esquerda, uma hora atrás dele, e outra diretamente a sua frente. Ele deu mais um passo e as luzes acenderam-se de uma vez só, com um holofote caindo diretamente sobre ele. Ele precisou serrar seus olhos por causa da luz, mas quando voltou a abri-los, viu que as fileiras de cadeiras estavam agora ocupadas. Em sua maioria, por crianças, por mais que houvessem alguns adultos aqui e ali. Seus sorrisos eram petrificados, imutáveis.

- E apresentando o nosso adorável palhaço... - Disse uma voz, vinda de algum local acima do replicante - Ozob! E seus companheiros, Patati e Patatá!

O palhaço olhou para trás, para ver os replicantes que foram criados junto dele. Patati e Patatá, apesar de pegarem emprestado os nomes de antigos palhaços brasileiros, eram juntos. Gêmeos siameses, com maquiagem e roupa. E olhos esbugalhados, separados, assim como um enorme sorriso que parecia partir seus rostos no meio. Eles não eram assim, apesar de terem sido criados em laboratório, seus rostos deveriam ser normais. Eles se aproximavam de Ozob, um passo de cada vez. As crianças atrás aplaudiam, conforme Patati trazia consigo um machado, que arrastava-se no chão e Patatá segurava um revólver, lentamente sendo apontado para Ozob.

- Você nos deixou para trás - Falaram os dois.

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Mensagem por Oleg Korolenko Sáb Fev 10, 2018 12:53 am

Silvana não podia prever exatamente o que aconteceria a partir do momento que os membros do esquadrão entrassem na mente do Chefe de Segurança. O processo que usava a Tecnologia de Compartilhamento de Sonhos era apenas uma lenda até então, e descobrir que entrar nos sonhos de alguém era algo realmente possível era uma fascinante descoberta científica para o Doutor. 

Através do monitor acoplado à maleta, ele observou a tela escura com letrinhas em verde brilhante descendo, e por conta de  conhecimento de tecnologia, conseguiu ver o que estava acontecendo lá dentro. Porém toda comunicação estava fora de alcance. Ele só poderia observar. 

****

Rexus olhou ao redor, confuso e querendo saber exatamente aonde estava. Foi então que sentiu o cheiro de bebida e sexo e soube exatamente onde era: em casa. Ele sorriu de maneira galante ao ver a moça se aproximando, e não hesitou em acompanhá-la. 

— Vida longa a Mercúrio, é o que eu sempre digo. — Ele caminhou para a grande orgia, afrouxando a gravata. 

— Vamos Andrew! O cara deve estar ali também! Eu sei que, se tivesse um Sonho desse acontecendo na minha cabeça é ali mesmo que eu estaria! — Ele continuava a seguir a mulher enquanto tirava a gravata. 

**** 

Assim que Oleg caiu no meio da neve, sacou sua Zakharov de combate e ficou em posição defensiva. Demorou alguns momentos até que observasse que estava completamente sozinho ali fora. Virando-se lentamente, ele se viu de volta àquele lugar. Uma sensação horrível fez seu coração afundar. Aquela estrela vermelha, o cercado simples, porém resistente, toda aquela neve branca. Não havia dúvidas, ele estava lá. De novo. Do lado de fora, alguém pensaria que a visão seria menos aterrorizante, já que você estava do outro lado do arame farpado e das armadilhas. Mas não. Era igualmente horrível. Na verdade, talvez fosse pior, pois ele sabia que se seguisse pela imensidão branca não encontraria nada além da morte.

Era apenas uma ilusão ou ele podia realmente ouvir? Gritos e súplicas daqueles que encontraram seu fim ali. Rezas baixinho em noites mais frias. Choro em desespero. Dor. Foi então que ele viu. Uma silhueta magra e cambaleante. Roupas puídas e esfarrapadas, apenas um casaco grande demais para o usuário, botas rasgadas. Uma boina preta cobria a cabeça de ralos cabelos loiros. Os olhos muito azuis olhavam diretamente para Oleg. Ele sorria, se aproximando do portão, e os dentes podres e escuros não conseguiam apagar a beleza daquele rosto juvenil. As sardas sobre o nariz e as bochechas dele estavam ali, vividas como se fossem reais. Mas não podia ser real. Ele já não estava mais entre os vivos. Mas aquilo... o Gulag... não era um domínio dos vivos. Apenas os mortos rondavam aquele lugar. Ele era um deles. Misha. 

— Oleg! Você voltou, irmão! Voltou para nós! Eu disse a eles! Eu disse que você nunca ia nos deixar! Eles não acreditaram! Disseram que você tinha ido embora e nos deixado aqui. Mas eu sabia que não era verdade, porque você nunca nos deixaria. Você prometeu que nunca nos deixaria.
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Mensagem por Convidado Dom Fev 11, 2018 11:52 am

Haviam três cenas que Silvana poderia acompanhar. A de Ozob, a de Oleg e a de Rexus e Andrew. De começo, nenhuma parecia estar tão aterrorizadora. E ele não tinha como saber se havia algo de errado, uma vez que nunca tinha invadido o sonho de alguém antes, não sabia se era normal o grupo estar separado ou o quão comum era o sonho estar tão fragmentado daquela maneira. Aquela tecnologia era algo saído direto de lendas do submundo, portanto vê-la funcionar deveria ser algo fascinante para o homem. Mas é claro, aquilo não era um sonho. Tudo o que Silvana podia fazer era assistir enquanto seus amigos se afundavam.


Se afundavam no Pesadelo.

***

A mulher era a definição de sensual. Apesar de Rexus ter se envolvido com muitas e muitas mulheres belas, aquela era a definição de perfeição. Ela era tudo o que aquele belo contrabandista sempre quis, não haviam palavras capazes de descreverem a beleza dela. Ela exercia uma atração natural sobre ele, mesmo sem estar perto. Andrew suspirou, cansado. Sendo um sonho ou não, aquele homem sempre acabava por se afundar em seus pecados. Havia uma pilastra ali perto e o robô encostou-se nela.

- Eu estou escaneando por ele, mas não estou achando nada. Se for fazer algo, seja rápido - Falou o androide.

- Não há motivo para ter pressa, todos são bem vindos no santuário de Mercúrio, podem ficar o tempo que desejarem - A mulher envolveu o pescoço de Rexus com seus braços, fazendo com que seus lábios perfeitos chegassem até a orelha direita dele - Chame. Chame pelo nome de meu deus. Chame por Mercúrio, e eu sou sua.


Algumas outras mulheres belas, mas não tanto quanto aquela, se aproximaram de Rexus e Andrew. Abraçando o contrabandista por todos os lados, ele estava no meio de várias mulheres nuas, uma visão comum para ele certamente. As que se aproximavam de Andrew, aos risinhos, o chamavam e o puxavam apenas para verem o androide ficar parado. A mulher empurrou Rexus, e ele foi ao chão, porém seu encontro com o chão foi atrasado pelas outras mulheres. Ela subiu acima dele, sentando-se no colo do homem.

- Chame. Chame por Mercúrio. Chame o nome do nosso deus - Ela disse, com o sorriso mais provocativo do mundo - Chame o nome de Nyarlathotep.

- Ah fodeu - Foi tudo o que disse Andrew, tentando se desvencilhar das mulheres. Elas eram fortes. Absurdamente fortes.

Rexus, olhando para o rosto daquela mulher, viu o sorriso dela expandir-se e expandir-se. Sua boca abriu-se e um cheiro podre saiu de dentro, conforme a boca dela abria ainda mais, seus dentes sumindo, sua língua desaparecendo, assim como seus olhos. Tudo o que ele via era um vazio negro, de onde alguns vermes brancos saíam e caíam em sua roupa de grife. E esse vazio era infinito. Rexus podia ver o infinito, conforme uma onda de sensações o atingia. Uma onda que deixava claro para ele o quão pequeno ele era naquele momento. Ao olhar para o lado, para uma das mulheres que deitava-se ao lado dele, viu que o rosto dela era como um vidro perfeito e ele viu seu próprio rosto. Ele envelheceu e envelheceu, Rexus agora deveria ter uns 80 anos de idade, toda a sua antiga beleza descendo pelo ralo. 


Já para o androide, era de se esperar que alguém como ele não possuísse temores. Mas ele viu, acima dele, descendo e descendo, uma cruz. E nela, estava seu corpo. Não o holograma que usava, mas sim seu corpo robótico. Em pedaços, conforme a luz dos olhos piscava, até se apagar. Era engraçado, em teoria Andrew era imortal, sempre mudando sua consciência de corpo para corpo. Mas seu maior medo era o de morrer. O corpo metálico caiu contra o chão e ele pôde ver a si mesmo em pedaços, uma carcaça metálica esquecida pelo tempo e deixada para trás por um cruel universo, que certamente não se importava com ele.

***


Ao fundo, no Gulag, ele podia ver mais e mais vultos se aproximando, certamente para recebê-lo. Ao fundo, ele podia escutar os gritos diminuindo, começando a cantar uma música. Algumas vozes desapareceram, dando lugar a um piano e outros instrumentos, conforme as outras cantavam.


I was raised in a deep dark hole
The prisoner with no parole
They locked me up and took my soul
Shame though what they made.
I called him and he will come.
She'll answer him like he is the one.


Go tell Aunt Rhody
Go tell Aunt Rhody
Go tell Aunt Rhody
Go tell Aunt Rhody
That everybody is...
That everybody is...
That everybody is...
Dead.

Música:

***

- É, deixei - Respondeu o replicante.


Ele puxou o revólver da mão de Patatá, erguendo seu braço para bloquear o machado de Patati. Apesar de replicantes serem mais fortes e resistentes, é impossível o corpo de um não sofrer o ataque de uma arma como aquela. A lâmina atravessou parte do braço dele, parando assim que conectou-se ao seu osso ulna, gerando um grunhido de dor da parte de Ozob, que cambaleou para trás. As crianças aplaudiam e riam.

- Filha da puta - Reclamou Ozob, apontando o revólver para a cabeça de Patati. 


O gatilho foi puxado.


E do cano da arma saiu um papel escrito '' Se fodeu ''. Ele conhecia aquilo, pois ele fizera essa arma anos atrás e a colocara com vários projéteis falsos. O seu criador possuía uma arma idêntica a aquela, e ele trocou as mesmas durante a sua fuga. Quando o seu criador disparou contra ele, para evitar que sua criação escapasse, tudo o que viu foi uma mensagem sair da arma. E agora Patati avançava novamente. O replicante soltou a arma e recuou alguns passos, esquivando-se por pouco do machado. Patati o ergueu mais uma vez e Ozob socou-o no rosto, atingindo o nariz dele. Mas tudo o que aquele nariz fez, foi um som de corneta. As crianças riam e o machado desceu.

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Mensagem por Oleg Korolenko Seg Fev 12, 2018 10:48 pm

Rexus estava tão impressionado com a beleza da mulher que apenas a seguiu sem poder fazer nada. Ele sorriu, achando engraçado a maneira que ela falava sobre seu culto. Mas pra falar a verdade, ele adorava uma mulher assim mais maluca. As malucas são as melhores. Ele sentiu o leve empurrão e os braços das outras tantas moças aparando sua descida, e em seguida sorriu de forma convencida quando ela se sentou em seu colo. 

— Nyanu-quem? — ele tombou a cabeça para o lado, um pouco confuso, mas logo ela estava sorrindo, e o sorriso se distorceu e expandiu, e aquela transformação horrível teve lugar. Conforme os vermes caiam em seu peito, ele começou a gritar, tentando se levantar e sair dali, mas tudo só foi ladeira abaixo. As mãos que antes o acariciavam agora o prendiam. Ele continuou se contorcendo, e Silvana percebeu que ali, no mundo real, seu corpo também tentava se desvencilhar de algo. O médico tentou acalmá-lo, mas manteve os olhos presos na dela observando os outros. 

Tudo piorou ainda mais quando Rexus viu seu reflexo no rosto vítreo da mulher ao seu lado, envelhecido, feio, enrugado, tudo de pior. Seu pior pesadelo estava sendo real ali. Ele gritou a plenos pulmões e sentiu que alguns vermes invadiam sua boca. 

*** 

Oleg não conseguiria ficar ali por mais tempo. Todos seus amigos, seus pequenos irmãos que morreram ali porque ele havia fugido. Havia fugido e ficou com medo demais de voltar por eles. Ele não podia ficar ali. Olhou para o extenso deserto de neve que se estendia a sua frente. Misha abria o portão e os outros também se aproximavam. 

— Aonde você vai, irmão? Você vai nos ensinar como fugir? Nós fizemos como você. Nós corremos. 

Oleg correu pelo deserto, mas não importava o quanto ele corresse, eles estavam sempre ali atrás. Oleg sentiu seus pés e mãos doloridos conforme corria. Olhando a mão, viu que já estava em um estado de congelamento onde a amputação seria a única alternativa. Ele se ajoelhou na neve, sentindo o congelamento subir por seu braço. As pústulas surgiram na sua carne e logo explodiram em ulceras horríveis, a pele se enegreceu. Oleg gritou em desespero. Então sentiu uma mão em seu ombro. Olhando para trás, viu Misha, a pele branca ainda mais pálida pelo congelamento. Os olhos tinham sulcos escuros e eram completamente brancos. O rosto estava magro e macilento. Ele abriu a boca. A lingua negra saiu por entre os lábios roxos e dentes apodrecidos. 

— Você nunca voltou. Cansamos de esperar... Nós tentamos seguir você... Tentamos fugir como você tinha fugido... Mas não éramos fortes o suficiente. Agora... nos não sentimos mais frio. 

Misha enfiou a mão no peito de Oleg, e agarrou seu coração. Ele sentiu a vida lhe deixando lentamente. 


**** 

Silvana observou o choque que o corpo de Oleg sofria, que realmente perdia calor. Aquilo era incrível demais. A mente podia induzir o corpo a diminuir sua temperatura por conta da experiência que ele estava acontecendo.
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Mensagem por Convidado Sex Fev 16, 2018 12:34 pm

Ao redor de todos eles, as pessoas que transavam naquela orgia possuíam o mesmo rosto daquela mulher que empurrara Rexus, a mesma que o seduzira apenas com sua presença. Um buraco, por onde o infinito podia ser visto, vazando vermes brancos e grudentos para todos os cantos. O corpo metálico de Andrew, aquele que havia sido descido em uma cruz do teto, ergueu-se e começou a cambalear na direção do verdadeiro, tropeçando e caindo várias vezes no processo, uma vez que sua perna esquerda estava danificada. Andrew debatia-se, tentando soltar-se daquelas mulheres sem rosto. O desconhecido não o assustava, muito menos aqueles contos provindos da mente de Howard Phillips Lovecraft. Porém, a sua própria morte e a sua decadência... aquilo o aterrorizava.


A mulher, montada em cima de Rexus, aproximava seu rosto do dele, como se fosse beijá-lo. Ele segurava os lados da face dele, para forçá-lo a olhá-la, para fazê-lo ver aquela vazio negro que estava em seu antes belo rosto. Não haviam mais vozes ali, apenas um barulho distorcido ao fundo, como um grito de terror, porém algo ainda mais antigo. Não era um grito. Não. Aquilo era uma risada. Antes que ela pudesse chegar mais perto, um pé atingiu o lado do rosto dela, fazendo com que ela caísse para o lado, em cima de uma das mulheres que seguravam Rexus. A mão de Andrew segurou o paletó do contrabandista e o puxou para cima.

- Corre! - Ele disse, puxando-o e em seguida soltando-o. Ao redor deles, aquelas pessoas sem face continuavam a copular, o que antes podia ser algo excitante agora era apenas uma visão grotesca. Conforme corriam na direção da saída do templo, uma construção que seria verdadeiramente fenomenal em outras circunstâncias, eles podiam ver que, um pouco acima deles, tentáculos desciam suavemente, em uma dança macabra - Puta merda, puta merda.

Assim que passaram pelas enormes portas eles se viram no meio da rua. Não havia nada atrás dele, o templo sumira. Aos seus lados estavam apenas casas, que erguiam-se mais alto do que deveriam. A arquitetura era claramente romana, de algum ano incerto antes da vinda de Cristo. Novamente, aquela risada de antes soou, e desta vez os dois não podiam mover-se. Paralisados pelo medo e por uma força maior, eles poderiam notar que seus pés estavam afundados em água, esta que estava um pouco acima do calcanhar.

- Sua resistência chega a ser adorável - Disse uma voz masculina e jovial, que parecia vir de algum lugar a direita.


- Quem caralhos é você? - Questionou Andrew. Para um robô, ele certamente estava assustado.

- Eu tenho novecentos e noventa e nove nomes e novecentas e noventa e nove faces. Já fui chamado de Caos Rastejante, já fui chamado de Demônio Negro, já fui chamado de Mensageiro - Repetiu a voz, desta vez parecendo vir da esquerda.


Mas, quando voltou a falar, parecia estar justamente atrás deles.

- Mas vocês podem me chamar de Nyarlathotep - Falou o Caos Rastejante.

E na distância, ambos puderam ver. Uma criatura grotesca erguia-se, com três enormes pernas, cada uma um pouco mais fina que um prédio. Seu tronco era como o de um cadáver, onde a pele ainda seria consumida pelos vermes da terra, dois braços saíam de cada lado, cada um tendo três enormes dedos que mais pareciam garras. Sua cabeça era como um enorme tentáculo, que alcançava as nuvens cinzas daquele céu. Aquele era Nyarlathotep, o Demônio Negro e o Mensageiro dos Antigos Deuses.

Nyarlathotep:

***


Ao redor de Oleg, mais e mais pessoas apareciam. Todas conhecidas, que uma vez partilharam daquele inferno particular que era o Gulag. Estavam no mesmo estado que Misha, alguns não possuíam membros do corpo, faltando dedos, orelhas, mãos inteiras. Mas todos buscavam arrancar pedaços do corpo de Oleg, partindo-o em pequenos e pequenos pedaços de carne russa. Um deles segurou o joelho de Oleg, puxando fora um pedaço da carne que continha as estrelas no joelho, uma marca que o fazia não se ajoelhar perante ninguém. Pouco a pouco, eles iriam arrancando mais e mais pedaços da pele dele.


***

O machado desceu e Ozob rolou para o lado, fazendo com que a arma ficasse prendida nas madeiras do chão. As crianças vaiaram e tomates começaram a ser jogados contra o palco. Com um chute, Ozob derrubou os gêmeos siameses e puxou o machado, descendo vários e vários golpes contra o que antes foram seus irmãos de criação. Um pesadelo como aqueles não afetava Ozob, uma vez que ele se importava com poucas coisas na vida e o bem estar daqueles dois não era uma dessas coisas. Quando seu trabalho foi terminado, os gêmeos siameses estavam partidos ao meio.

- Não ficavam reclamando de sempre estarem juntos? Pronto, porra! Agora não estão mais - Ele disse, soltando o machado ensanguentado no chão e puxando para si um charuto de seu bolso, acendendo-o com seu isqueiro Zippo. Puxou profundamente e soltou a fumaça pela boca logo em seguida, com um sorriso satisfeito em seu rosto. Palmas. Mas não eram como as quais as crianças batiam momentos antes. Eram mais calmas, controladas.

- Eu pensei que tudo isso seria tão entediante. As pessoas se entregam fácil demais - Disse uma voz jovial atrás dele e quando o replicante virou-se, ele viu um homem completamente preto, como uma noite sem estrelas. Dois olhos brancos e repletos de malícia observavam o replicante - Você afirma que não se importa com nada... me pergunto até onde isso vai. Me responda, aberração da ciência, de todos os seus amigos, qual o mais importante para você?

- Vai se foder ''mermão'', tu chega aqui e já quer mandar perguntinha? - Falou o replicante - Cadê o Hironaka?

- Hironaka? Hironaka não está aqui. Você irá encontrá-lo bêbado em um bar, puxando o pino de uma granada. Irá encontrá-lo atrás de uma mesa, observando telas de computadores. Irá encontrá-lo no meio das pernas de uma bela mulher contraindo os mais variados tipos de doenças, irá encontrá-lo em um corpo metálico usando do sarcasmo para ignorar sua frágil existência. Irá encontrá-lo em uma armadura de combate buscando mortes para justificar sua falta de felicidade. Irá encontrá-lo em um corpo russo tentando esquecer das pessoas que abandonou - Riu o homem, sentando-se confortavelmente em uma das cadeiras da platéia - Mas não irá encontrá-lo aqui, replicante. 

- Para de falar desse jeito encostado, porra. Só me fala onde ele tá, antes que eu acabe com a tua raça - Disse Ozob, puxando o machado no chão e provocando uma gargalhada daquele ser negro.

- Creio que não, pequeno replicante, creio que não - Ele moveu sua mão e tudo escureceu e, quando Ozob abriu seus olhos novamente, ele estava na frente de uma casa abandonada. Silvana, porém, ainda via aquele palco de circo acabado. O homem negro voltou seus olhos para onde a '' câmera '' de Silvana estaria - Divertindo-se?

Nyarlathotep 2:

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