Refúgio do Gambit

por **Gambit** Sex Jan 26, 2018 4:06 am

Localizado na cobertura de um dos belos prédios da Cidade Alta, o apartamento possui um aspecto aconchegante onde a tecnologia exacerbada apenas pode ser contemplada pelas grandes janelas. Sua decoração simples remete ao caráter do morador, que troca sem pensar duas vezes os aspectos futurísticos pela descomplicação de um morno piso de madeira. Ainda que seja um ladrão ambicioso e aventureiro, Gambit não possui grandes desejos pelo que é luxuoso, pelo menos não quando se trata de seu despojado esconderijo-nem-tão-escondido-assim.
O lugar é bem organizado e limpo... não fosse os pelos de gato que se espalhavam aqui e ali...

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Refúgio do Gambit OHBszXv

por **Mega** Ter Mar 27, 2018 5:00 pm

A chave mal girou na fechadura e um leve miado já foi ouvido. Quando a porta abriu, lançando a luz do corredor para dentro do cômodo, uma linda gatinha branca aguardava sentada, enquanto outro gato, maior e de pêlo alaranjado se aproximava, miando alto. Mega manteve as mãos nos bolsos, mas sorriu ao vê-los. Como se já a conhecessem, eles se aproximaram conforme ela entrou na casa e se esfregaram em suas canelas, ronronando docemente.

Ela riu e se abaixou o suficiente para acariciar as duas cabecinhas,ao mesmo tempo que Gambit entrava e fechava a porta, e que as luzes interiores se acendiam, revelando a decoração moderna e aconchegante.

Mega ergueu os olhinhos azuis e sorriu.

- Uau, Remy. Você está bem de vida!

Ela se levantou e caminhou mais para dentro do cômodo, surpresa até mesmo com a sua organização.

- Esse lugar é bem bacana. Não tô nem vestida de acordo. - ela deu um sorrisinho e colocou uma mecha de cabelo branco atrás da orelha. - Achei que o porteiro ia me colocar pra fora hehehe.

- Conseguiu tudo isso trabalhando por conta própria... Isso é bem impressionante. - ela tinha sempre aquela voz meio rouca que era involuntariamente sexy.

Mega se deixou cair no sofá, colocando os pés cruzados sobre a mesa de centro e os gatos subiram no sofá em busca de mais carinho.

- Cara, eu tô fedendo a gororoba de prisão e más decisões. - ela riu, e continuou a acariciar os gatos.

por **Gambit** Ter Mar 27, 2018 10:02 pm

- Ora, parece que a Margot e o Louis gostaram de você.- ele comentou ao ver o carinho que seus gatos exigiam da irmã, enquanto retirava o terno branco e o pendurava no mancebo de madeira envernizada logo ao lado da porta.- Você tem uma jaqueta de tigre e eu um colante por debaixo do terno. Qual dos dois acha que é mais inapropriado?

Ele sorriu, olhando-a de soslaio enquanto desabotoava a camisa social, revelando o látex negro que cobria seu dorso levemente suado. Estava uma noite quente e havia sido uma noite e tanto, afinal.
Houve um miado mais suave vindo do banheiro da sala, denunciando que havia mais um gatinho no apartamento, e Gambit caminhou até lá.
Olhando-se rapidamente no espelho primeiramente, ele não retirou as luvas a princípio - fonte de energia de seus AUGS, afinal - mas livrou-se daquela segunda pele, desafivelando o cinto para facilitar na remoção da parte inferior. Remy nunca pôde exatamente evitar o desconforto de manter as roupas de trabalho quando estava em casa. No fim, ele saiu de lá apenas com uma bermuda simples e um bichano franzino e siamês empoleirado em seu braço.

- E então, "de acordo" o suficiente pra você, petit?- ele indagou retoricamente, fazendo um gesto que englobava seu mais novo visual, caminhando para trás do balcão que separava a espaçosa sala da cozinha.- Além do mais, acho que o senhor Mude estava mais atordoado com o seu cabelo. É bem diferente.- ele claramente lembrava-se do olhar do velho porteiro ao encarar o corte e a cor dos fios dela.

Ele pôs momentaneamente o gatinho no chão, que não se moveu muito, quase como se fosse de pelúcia. Abrindo a geladeira, Remy aproximou-se de Mega novamente, trazendo duas Heineken's geladas nas mãos.

- Eu não sei sobre a gororoba de prisão.- ele disse, sentando-se ao lado dela e inclinando um pouco, o nariz bem próximo de seu pescoço.- Mas eu não sinto cheiro de arrependimento por essas más decisões. A propósito... você pode tomar um banho se quiser. Minha casa é sua casa, Mags.

Estendeu uma das garrafas à ela, enquanto os gatos cercavam os dois pelo sofá. O terceiro gatinho agora se aproximava, roçando o pelo nas poltronas e no tapete, tentando andar em linha reta. Ele tinha olhos completamente nublados.

- Ah, e este é o Thierry.

por **Mega** Seg maio 28, 2018 12:56 am

— Olha, eu não sei muito bem sobre o que é apropriado, mas pelo menos o seu faz seu traseiro ficar bonito. Mais bonito. — ela logo se corrigiu, acariciando as cabecinhas dos animais com carinho.

— Louis e... Margot? Estou lisonjeada. I never would have thought you missed my pussy this much.

Ela deu uma risadinha meio que pra si mesma. Ele relembrou a ela a forma que o porteiro havia encarado seus cabelos.

— Estou acostumada. Eu fiz desse jeito por que queria esse resultado. Fiquei cansada de ser... básica. Só queria ser parte de algo e de certa forma o cabelo ajuda no que eu quero que as pessoas vejam sobre mim. — A parte de “o que não quer dizer que eles veem a verdade” ficou implícita, mas ela apenas suspirou e olhou a cerveja que ele trouxe. — Às vezes eu sinto falta da antiga eu. Mas ela não tem espaço em Neo Tokyo. Nenhuma das básicas tem.

Ele contra argumentou seu comentário sobre más decisões.

— Tem certeza disso? Ser presa por alguém é algo muito sério. Só me tirar da prisão não vai te livrar dessa dívida, mon prince. — ela riu. — Obrigada, Remy. Não sei o que vou fazer agora. Aquele homem era minha última esperança. Não tem chance de conseguir uma oportunidade na liga agora. Darkness e Lindbergs? Padrão alto demais. Esse pessoal nem bebe água se não for filtrada umas dezessete vezes ou alguma merda assim. E eu não quero voltar pra vida. Realmente não quero. Sem querer ofender.

Ela colocou os olhos em Thierry e se encantou.

— Oh meu Deus, ele é cego! — com muito cuidado ela deixou que ele sentisse seu cheiro antes que fizesse um carinho sob seu queixo.

Ela ficou bem feliz com isso, mesmo com a situação não estando a seu favor em geral. Olhou pra Remy com carinho.

— Eu sei que já disse isso aproximadamente umas mil vezes só essa noite mas... eu senti muito a sua falta.

Ela sorriu e suspirou.

— Acho que vou aceitar o banho.

por **Gambit** Ter maio 29, 2018 2:11 am

Um sorrisinho quase indecente de tão orgulhoso foi lançado na direção de Mega. Se o ego do ladrão já era inflado, diante dos comentários de Mega ele subia para um nível que deixava de ser irritante para se tornar minimamente cômico e - como quase tudo em Remy - sensual.

- Nosso primeiro encontro em anos, te trago ao meu apartamento e você já vai apostando nesse tipo de elogio, assim sem mais nem menos? Dieu, chère, você realmente sabe como me ganhar. - mas ele riu diante do próximo comentário dela.- Ok, eu não esperava por essa. Agora você tá tentando me fazer corar.

Solvendo um pouco da cerveja pela borda da garrafa, ele a ouviu discorrer sobre sua aparência(e muito mais do que isso implicitamente).

- Ser parte de algo, eh? Eu entendo o quanto isso é tentador.- naquele momento ele falava por si mesmo. Em todos aqueles anos, Remy já fora muitas coisas. De príncipe dos ladrões a exilado, e então assassino, e então foi, por um bom período, o que se pode chamar de herói. De várias vezes o namorado perfeito a ex-namorado amigável, e agora, de volta à bandidagem, chegara a um ponto onde estava numa busca desenfreada para voltar as raízes de uma forma ou de outra, mas isso se mostrava cada vez mais difícil. Encontrar algum espaço para pertencer, quando se está no meio de um lugar tão distante de tudo o que você já chamou de casa, é realmente difícil.

Mas ali, analisando por fora uma situação tão parecida com a sua, as coisas pareciam mais claras.

- Mas você não parecia tão parte de algo na boate esta noite, petit.E não sei se isso ajudou as pessoas a verem como você queria que te vissem. Eu digo, você nunca precisou de ajuda pra ser quem você é. Por isso não acho que existem duas de você. Eu a olho e vejo a mesma chama ardente a qual metade das pessoas se apaixonam intensamente e a outra metade tem simplesmente muito medo de se apaixonar. E, sem espaço em Neo Tokyo?- ele encostou levemente o ombro no dela, abrindo um sorriso determinado.- Você veio de Neo Orleans, femme! Lar do Mardi Gras e do Fais Do Do, autenticidade em cada lugar. Não conseguiria ser "básica" nem se saísse por aí usando um rabo de cavalo e um moletom da Adidas. Embora eu sinta falta do seu cabelo longo, você sabe, só por causa das memórias...

Remy girou sutilmente o corpo, ficando de frente para ela. Passando os dedos carinhosamente por seus fios platinados, ele enrolou um nos dedos com delicadeza, ouvindo ela falar sobre dívida.

- Do jeito que você fala, faz um ladrão como eu querer honrar cada dívida sua só para arrumar mais depois.- com mais um de seus sorrisinhos lascivos, ele ouviu seus lamentos a seguir.- Lache pas la patate¹, ma petit. Sabe o meu amigo, o Receptador? É um inventor, como você. Claro que não chega nem perto dos seus talentos, mas enfim... contatos são o que não faltam com o cara. Podemos falar com ele depois. Eu garanto que não há nada com que você precise se preocupar. Não por agora.

Ele pareceu feliz ao vê-la se empolgar com o gatinho cego. E então sorriu muito docemente diante de sua declaração. Remy se aproximou um pouco mais, os dedos que estavam em seus cabelos brancos deslizando para a pele de sua face, onde ele segurou o queixo dela com amor.

- Ótimo. Porque eu acho que ambos vamos precisar bastante de um banho, com tanta saudade que eu sinto que temos pra matar... n'est-ce pas²?

A ponta de seu nariz encostou no dela, suavemente... e ele a puxou para um beijo caloroso.
Embora ele tivesse uma lista igual tanto de acertos e falhas sobre momentos certos para beijar, ali, entre aquelas quatro paredes, Remy decidiu que não havia porque suprimir essa relação que eles guardavam há tanto tempo.

¹"Não deixe ir para a batata", no sentido literal, é uma expressão francesa e um engraçado modo de dizer "não desista".
²"Não é mesmo?".

por **Mega** Dom Jun 03, 2018 2:06 am

Ela sorriu ao sentir o toque geladinho do nariz dele no seu, e logo em seguida fechou os olhos para sentir o gosto familiar de sua boca. Ela acariciou seu rosto, sentindo a barba por fazer arranhando de leve suas mãos. Mega havia tido muitos homens, assim como ele havia tido muitas outras mulheres. Mas para eles, quando estavam juntos, era como se não houvesse mais ninguém. Foi assim desde que se tocaram pela primeira vez. Ninguém jamais foi capaz de fazer do mesmo jeito.
Os gatos se dispersaram, e Mega o puxou pra mais perto.

— Muita saudade. — ela disse entre beijos cálidos e molhados.

Antes que percebesse, sua jaqueta já estava parcialmente retirada, seu pé apoiado no braço do sofá e seus dedos puxando de leve os cabelos de Remy enquanto seus beijos desciam para o pescoço. Cada toque provocava arrepios e trazia lembranças para os dois. Enquanto não podiam ver nada do mundo, tudo que existia eram sensações, tato, audição, olfato e paladar. E mesmo agora, quando estavam um com o outro, conseguiam sentir da mesma forma. Bastava fechar os olhos.

As respirações ficavam mais intensas a cada momento, os corações batendo rápido. O cheiro um do outro ficava mais forte, o gosto doce das línguas gêmeas se tocando. O mero roçar de dedos sobre a pele enviava bilhões de ondas ao sistema nervoso, e a libido ia às alturas.

Ela se deixou levar e continuou beijando-o, as mãos habilmente livrando-o de sua camisa.

por **Gambit** Seg Jun 04, 2018 4:18 am

Seus dedos deslizavam pela nuca dela, e então por seus ombros, tirando a jaqueta primeiro antes que ela pudesse livrá-lo de sua própria camisa. Sentiu os cabelos dela desamarrarem e cascatearem no limite de seus ombros, os beijos se tornando mais intensos. Ele parecia, de certa forma, tão sedento quanto seus gatinhos pelo toque que ela oferecia - e esse era um lado seu que jamais nenhuma outra mulher havia tido a sorte de ver.

Pusera-se confortavelmente entre suas coxas, as mãos grandes e calorosas passeando pela barriga exposta e fina, e então por cima do cropped negro, ao mesmo tempo que seus beijos desciam pelo pescoço de Mega. Remy tinha o toque carinhoso, cuidadoso ao extremo - mas naquela noite sua respiração e seu coração batiam tão rápido que não podiam esconder a tremenda falta que ele sentira daquela mulher. Sangue de seu sangue, sua família, seu porto-seguro. Por todos os muitos lugares que passou, Remy nunca teve lar melhor que os braços daquela a quem seu coração verdadeiramente pertencia. Aquela havia sido sua casa antes mesmo da república católica, antes mesmo da guilda - e, antes de ser um ladrão, Remy era dela. E somente dela.

Nas horas que se seguiram, as únicas vezes que Remy abria os olhos era com a finalidade exclusiva de observar as expressões que conseguia arrancar de Margot. E então, só depois de gravar bem aquela imagem na cabeça, só depois de sentir-se grato por ser capaz de definir como ela mordia o lábio inferior, a língua deslizando pelos dentes de cima, e a tão familiar forma com que ela contraía os dedinhos dos pés a cada climax, só então ele voltava a fechar seus próprios olhos, e mergulhar na deliciosa escuridão de sensações e sentimentos que apenas eles, secretamente, compartilhavam.

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Os primeiros raios de sol invadiram pelas frestas da cortina, iluminando primeiramente um par e meio de roupas que cercavam o chão ao redor do largo sofá antes de iluminarem sobre ele em si. Ao pé do móvel, Louis e Margot haviam acabado de se espreguiçar, e agora brincavam com um sutiã que eles aparentemente acharam muito cheiroso. Thierry se enrolava de maneira muito engraçada na jaqueta com o tigre pintado, claramente sem nem fazer ideia do susto que levaria caso conseguisse enxergar o desenho.

Até que se desenrolou e seu focinho farejou seu foco. Num salto hábil, ele escalou o braço do sofá, a calda longa rodeando um pé macio com unhas pintadas de azul metalico. Com suas patinhas quentes e macias, ele passou por cima das coxas de Mega, quase sem fazer nenhuma pressão, tão leve que era. Sentindo muito claramente as respirações calmas e satisfeitas dos corpos abaixo de si, a quentura aconchegante que emanava deles, o gatinho rodeou o braço forte de Remy, que descansava abraçado à sua irmã, deitada em seu peito, e pôs a cabeça por debaixo do abraço, ficando bem perto do rosto de Mega.

"Meaaaoww..."

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