Campus

por Convidado Ter Jan 16, 2018 8:37 pm

Haviam poucas árvores naquele local, porém abaixo de todas elas havia um banco, onde as pessoas costumavam sentar para conversar ou apenas ler um livro em paz. Em um desses bancos, estava sentado um homem de capuz. Cabelos negros caíam para fora do mesmo, conforme ele olhava para o chão, fazendo com que sua face fosse difícil de ser notada. Perto dali, em um árvore, uma bela garota loira conversava com um alegre homem, que segurava uma enorme mochila em suas costas. Todos esperavam.

Esperavam por Riza Nakano. Kenzo Tenma havia se passado por um antigo professor de Riza, que queria conversar com a garota sobre algo importante. Ela deveria estar vindo sem seus seguranças, uma vez que aquele local era seguro e o professor era um amigo de confiança. Ele não gostara da ideia de mentir para a garota, nem de armar toda aquela situação apenas para poder conversar com ela. Porém, era necessário. Ela estivera no Vortex Club e certamente vira a notícia terrível da morte da família de um dos membros dos Tyrants.

Ela precisava saber sobre o perigo que era aquele monstro chamado Johan Liebert.

por **Riza Nakano** Qua Jan 17, 2018 7:34 am

Riza deslizou o par de óculos escuros para a cabeça, tentando procurar pelo professor. Ela havia respondido ao chamado assim que o recebeu, pois aquele era um professor muito querido, um dos melhores que Riza ja teve. Ela passou pelo casal e caminhou lentamente até a árvore mais próxima. Vendo o Homem de capuz, ficou em dúvida, mas se aproximou.

— Professor Von Maur? É o senhor?

por Convidado Qua Jan 17, 2018 7:52 am

Quando o homem ergueu seu rosto, ficou claro que ele não era o professor de Riza. Para começar, era um homem japonês, de cabelos negros que caíam ao lado de seu rosto e olhos igualmente negros, um tanto quanto mortos. Havia também o começo de uma barba ali, ainda crescendo de uma maneira não controlada. Aquele homem estava um caco. Se houve algum dia uma imagem para descrever uma pessoa quebrada por dentro, ali estava ela.

- Não, senhorita Nakano. Não sou seu professor. Mas fui eu quem a chamei aqui - Ele falou, descendo o olhar para o chão - Não se preocupe, não irei fazer nada com você. Só quero conversar. Meu nome é Kenzo.

Se Riza escolhesse se sentar, ele iria falar e se ela fosse fazer menção de ir embora, ele iria falar do mesmo jeito. Ele sabia que ela ia escutar de uma maneira ou outra.

- Eu sei quem é um dos envolvidos no ataque ao Vortex Club.

Kenzo Tenma:

por **Riza Nakano** Qua Jan 17, 2018 9:15 am

Ela não conseguiu evitar a expressão confusa e um pouco assustada que tomou conta de seu rosto.

— Erhm... Desculpe-me, eu achei que era outra pessoa... — ela fez menção de ir, mas ele revelou que havia sido realmente quem havia chamado ela ali.

— Eu realmente preciso ir, acho melhor... — ela tentou se afastar, com medo do que aquele homem poderia fazer. Mas então ele revelou seu nome e o que viera fazer ali. A mente da Garota de Cristal foi imediatamente para Jensen, que naquele dia estava justamente investigando esse assunto. Ela imaginou que poderia ser útil saber algo mais, porém ainda estava hesitante.

— O senhor quer dizer... os Tyrants? — era conhecido pela maioria que o grupo estava sendo caçado como principais suspeitos pelo ataque.

por Convidado Qua Jan 17, 2018 10:05 am

- Os Tyrants são mercenários, no final das contas, eles não iriam fazer tudo aquilo por nada. É óbvio que alguém contratou eles - Disse Kenzo, indicando o banco para que Riza se sentasse - Eu não posso dizer com toda a certeza do mundo de que ele é o único contratante, mas um aluno dessa universidade está envolvido no ataque.

A garota e o homem, que conversavam perto da árvore, aproximaram-se. Era claro que estavam junto de Kenzo. O homem Riza nunca havia visto em sua vida, porém ele possuía uma aparência simpática, sempre com um sorriso amigável em seu rosto. Já a garota... Riza a vira. Mas não a vira. No Vortex Club, no momento que Johan Liebert cruzara olhares com ela, ela pudera marcar o rosto dele, uma vez que o rapaz era extremamente bonito. Mas aquela garota era idêntica a Johan, tirando algumas diferenças claras pelo fato do sexo dela ser diferente e ela possuir um cabelo comprido. Riza não sabia quem era Johan, mas conseguia notar as similaridades. O homem e a garota esticaram suas mãos, para cumprimentar Riza.

- É um prazer conhecê-la, Senhorita Nakano - Disse o homem, com um leve sotaque alemão - Me chamo Wolfgang Grimmer.

- Eu sou Nina Fortner - A garota disse, em um tom de voz animado. Porém, sua expressão não demorou para mudar - O estudante envolvido nesse ataque se chama Johan Liebert. E ele é meu irmão gêmeo.

- E é um monstro - Disse Kenzo. Diferente dos outros dois, que pareciam estar animados, Kenzo não escondia seu cansaço e sua tristeza.

Wolfgang Grimmer:

Nina Fortner:

por **Riza Nakano** Qua Jan 17, 2018 10:59 am

— Estou bem de pé. — Já haviam dois dias que ela não estava com o coquetel de toxinas mas veias, e ela já se mostrava bem mais foçada que antes. O assunto era sério, e ela não ousaria tratá-lo como se não fosse.

Ela cumprimentou os dois que se aproximaram.

— É um prazer. Pena que as circunstâncias não são favoráveis.

Virou para Nina:

— Seu irmão? Ele estava na boate naquele dia, se me lembro da pessoa certa. Johan Liebert.

Ela retirou o PDA da bolsa e o abriu como a um livro, que possuía todas as informações que ela recolherá até agora. A interface era curiosa, alaranjada.

— Por favor, prossigam.

por Convidado Qua Jan 17, 2018 12:52 pm

- Nós não temos provas para o que vamos lhe contar, até porque elas foram cuidadosamente eliminadas. A única prova que tenho da existência de Johan Liebert, está nesses arquivos - Ele falou, puxando seu próprio PDA e passando os arquivos para o PDA de Riza.

Os arquivos eram de um hospital chamado Eisler Memorial Hospital. Aquele nome deveria ser familiar para Riza, pois havia uma história famosa que começara na Alemanha e se espalhara para o mundo. Havia um neurocirurgião japonês trabalhando nesse hospital, ele era tido como um dos melhores da área e tinha um gênio incomparável. Um dia, o prefeito da cidade sofreu um acidente e precisou da ajuda desse neurocirurgião, que deu preferência para atender uma criança que havia chegado antes. O prefeito morreu e a criança sobreviveu, trazendo ódio dos eleitores do prefeito. O chefe do hospital colocou a carreira em perigo, garantindo que ele jamais recebesse uma promoção e que nenhum dos papéis do doutor fossem publicados.

Uma noite, o chefe do hospital, o chefe dos neurocirurgiões e o segundo em comando do chefe do hospital foram encontrados mortos. Haviam morrido de asfixia após ingerirem um doce envenenado. E a criança que havia sido operada pelo neurocirurgião japonês, assim como a irmã gêmea dele, haviam desaparecido do hospital. Não havia sido o doutor quem matara os três homens, ele possuía um álibi e testemunhas para evitar ser considerado um suspeito. Mas isso convenientemente fez dele chefe dos neurocirurgiões do hospital. Seu nome? Kenzo Tenma. Nove anos depois, Kenzo foi acusado de assassinar um paciente seu e desde então, foge das autoridades.

Aqueles arquivos mostravam que uma criança chamada Johan Liebert havia sido trazida para o hospital, junto de sua irmã gêmea Anna Liebert. O garoto havia levado um tiro em sua cabeça e que a bala não havia saído do outro lado. A operação realizada pelo Doutor Kenzo Tenma foi um sucesso e o garoto foi salvo, porém sua irmã ainda estava em um estado de choque, conseguindo falar apenas '' Matar... matar... ''.

- Essa é a única coisa nesse mundo que prova a existência de Johan Liebert. Todas as famílias que o adotaram, mortas. Os papéis necessários nunca foram assinados - Falou Kenzo - Você viu a notícia na televisão não é? Sobre como a família de um dos membros dos Tyrants morreu? Quem fez aquilo com a mulher e a criança foi Johan.

- Meu irmão é um psicopata - Admitiu Nina, sentando-se no banco uma vez que Riza escolheu ficar de pé - A história dele e a minha é longa. Você quer escutá-la?

por **Riza Nakano** Qua Jan 17, 2018 2:42 pm

Ela leu tudo cuidadosa e rapidamente, de vez em quando lançando um olhar para um ou outro de acordo com os nomes que iam surgindo.

— Sim, eu vi. — ela se lembrou do estado que ficou quando estava no apartamento de Jensen após ver aquele vídeo. Uma raiva enorme vinha crescendo nela, direcionada àquele rosto cinicamente sem expressão que ela viu no Vortex Club. Ela conseguiu se manter controlada por fora. Quando Nina perguntou se ela queria ouvir, ela também se sentou.

— Com certeza.

por Convidado Qua Jan 17, 2018 3:57 pm

- Eu vou tentar simplificar, caso contrário ficaremos aqui até amanhã - Disse Nina, com um pequeno sorriso sorriso em seu rosto - Eu e meu irmão somos parte de um projeto do governo alemão. Eles desejavam criar uma pessoa geneticamente perfeita. Tanto para usar AUGS, quanto em aparência, inteligência. Enfim, em todas as áreas. Nossa mãe e nosso pai fizeram parte desse projeto sem saber, e quando nascemos nossa mãe fugiu. Nosso pai? Morto por ter descoberto demais.

Conforme Nina contava, as imagens se tornavam vívidas em sua mente. Anos e anos mudando de cidade em cidade.

- Para garantir que o governo não nos encontrasse, ela conseguiu eliminar a BIOS dela e assumiu uma nova. Ao invés de ter dois gêmeos, ela tinha uma única filha. Johan foi obrigado a se vestir com minhas roupas e a usar uma peruca idêntica ao meu cabelo, toda vez que alguém visitava. Nós tomávamos turnos, um se vestia e ficava quando as visitas chegava, enquanto o outro se escondia no armário. Tudo para nos proteger - Contou Nina, ainda lembrando-se do quão estranho era ver Johan com suas roupas. Não por ele ser um garoto, mas sim por ficar idêntico a ela - Mas um dia, eles nos encontraram. E eu fui levada para a Mansão da Rosa Vermelha.

Nina parou de falar, ela tremia. Tremia muito. Algo horrível deveria ter acontecido na Mansão da Rosa Vermelha. Ela ainda precisaria de alguns minutos para poder continuar a história.

por **Riza Nakano** Qui Jan 18, 2018 3:06 pm

Riza estava concentrada na história, e cruzava os dados com informações já passadas ao mesmo tempo que GLaDOS salvava todas as informações. Mas quando a mulher se mostrou tremendo por seus traumas, ela abaixou o PDA e pôs-se a consolá-la.

— Está tudo bem. Você precisa de um tempo?

por Convidado Sex Jan 19, 2018 7:57 am

- Eu fui colocada em uma sala escura. Eu não tinha noção de tempo e nem de espaço. As refeições apareciam do nada e eu tentei usar isso para contar o tempo, mas acabei perdendo a conta - Contava Nina, respirando profundamente - Até que um dia... a porta se abriu e Franz Bonaparta estava ali. Foi ele que começou esse plano de criar um ser humano perfeito. Eu fui levada para um salão, repleto de pessoas que falavam que eu era um sucesso, que havia funcionado. Eles brindaram e... morreram. A sala estava repleta de corpos, apenas eu estava viva. Eu e Franz Bonaparta. Ele me disse que era para eu esquecer tudo o que tinha acontecido ali e que eu e meu irmão não deveríamos nos tornar monstros.

Ela falou, parando um pouco para respirar. Estava claro que Franz Bonaparta havia se arrependido, ou que algo aconteceu para fazer ele mudar de ideia assim. Por fim, Anna continuou a tremer.

- Eu fugi de lá. Passei por um mar de rosas e fui cortada pelos espinhos. E quando eu cheguei em casa, meu irmão me recebeu. E ele ainda estava vestido com aquela peruca e com as minhas antigas roupas. Eu contei para ele tudo o que tinha acontecido. Mas... em algum momento, ele acreditou que tudo aquilo havia acontecido com ele - A respiração dela ficou mais pesada - Nossa mãe disse que teríamos que viver sozinhos e nos abandonou. Nós andamos e andamos. Por onde passávamos, casais nos acolhiam e Johan matava eles. Por fim, fomos encontrados por um oficial do exército e levados para orfanatos diferentes. Eu fui para um criado por Erna Tietze, uma mulher muito gentil. E Johan foi enviado para Kinderheim 511.

- Kinderheim 511 era um inferno - Pronunciou-se Grimmer, que ficara tão quieto até então.

por **Riza Nakano** Dom Jan 21, 2018 11:39 pm

Depois de ouvir toda aquela história, a própria Riza não sabia se estava se sentindo bem, mas permaneceu estóica por fora. Aquelas pessoas não podiam estar mentindo. Ela poderia ser ingênua e “boazinha demais” como sempre diziam, mas ela não era burra, e sabia exatamente quando alguém estava mentindo.

Ela observou as expressões dos dois homens e manteve o apoio à mulher quando ela prosseguiu.

— O que é Kinderheim 511? — ela perguntou, na verdade sem querer ouvir, mas sabendo que precisava, e que estas informações seriam úteis quando Jensen e a polícia fossem atrás de Liebert.

Uma coisa era certa: nenhum lugar que acompanhasse números na frente era um lugar bom.

por Convidado Seg Jan 22, 2018 8:08 pm

- Kinderheim 511 era, como a Nina disse, um orfanato. Ele existe desde a época do Muro de Berlim, mas o local foi demolido por volta de 1901 e depois foi reconstruído em 2300, porém o prédio era raramente usado, e estava abandonado. Só foi começar a ser usado em 2490 e só foi parar de funcionar em 2508, quando foi destruído em um incêndio - Wolfgang Grimmer apoiou-se no banco e olhou para Riza - Os donos desse orfanato eram seguidores de uma ideologia que já deveria estar morta: o Nazismo. Eles acreditavam que poderiam criar o ser humano perfeito, alguém que poderia comandar o mundo. Eram feitos experimentos nessas crianças, eles utilizavam dessensibilização, normalmente chamada de lavagem cerebral, para limpar as emoções das crianças.

A explicação de Wolfgang era precisa, Riza notaria, ele falava daquele local com raiva, algo que vinha de dentro dele. O que era apenas natural, como não odiar um local desses? Como não sentir aversão a uma prática dessas? A próxima frase de Wolfgang mostraria de onde vinha essa raiva.

- Algumas funcionavam, outras não, as que falhavam eram ditas como crianças inferiores e normalmente desenvolviam surtos de raiva, as vezes acompanhados de uma segunda personalidade totalmente voltada para o ódio. Eu era uma dessas crianças - Wolfgang apertou o banco onde se apoiava - Mas, apenas minha segunda personalidade sente algo. Eu estou morto, sem emoções.

por **Riza Nakano** Ter Jan 23, 2018 11:32 am

Riza ficou surpresa por saber que alguém tão aparentemente saudável como Wolfgang tivesse passado por tanta coisa. Além disso, era difícil aceitar que ele possuía outra personalidade e que ele precisou passar por tudo aquilo naquele lugar desprezível.

— Johan foi um experimento que deu errado... ou que deu certo?

por Convidado Ter Jan 23, 2018 9:27 pm

- Quando Johan chegou em Kinderheim 511, os instrutores sentiram medo dele. Eles o mantinham no porão, onde ele era alimentado escassamente e era mantido sob efeito de soníferos, para garantir que ele não acordasse. Até que ele acordou. Acho que ele desenvolveu uma resistência aos medicamentos - Explicou Grimmer, ainda mantendo aquele sorriso em seu rosto, apesar de ter contado coisas horríveis sobre seu passado - Ele convenceu os seus carcereiros a soltá-lo e saiu do porão, onde conversou com as outras crianças. Ele conseguiu fazer com que a maioria se revoltasse, o que ele descreveu como '' jogar um pedaço de pano embebido em óleo, no meio do fogo ''. E, enquanto as crianças e os adultos se matavam, ele sentou-se em uma poltrona, no topo da escada, observando as mortes e as chamas consumindo tudo.

Tenma inspirou profundamente, sua mão levemente tremendo. Ele passou seus dedos pelos lados de seus olhos, limpando o que quer que tivesse ali, antes de voltar aquelas pequenas esferas negras e tristes para Riza. Inspirou profundamente, mas não conseguiu falar o que desejava. Foram necessários alguns momentos e mais uma inspirada de ar para que ele pudesse falar.

- Eu fui até a cidade onde Kinderheim 511 está. Lá, encontrei um garoto chamado Dieter, que era criado por um homem chamado Hartmann. Esse homem trabalhou em Kinderheim 511 e estava tentando recriar os experimentos feitos lá - Ele passou as mãos pelo rosto, sua expressão era uma de desgosto - Quando eu descobri o que estava acontecendo, Hartmann havia levado Dieter para Kinderheim. Ele o botou sentado em uma poltrona, em cima das escadas e me contou que ficou maravilhado quando viu Johan naquele dia. Maravilhado!

A última palavra saiu da boca de Tenma como um rugido, conforme ele se levantava, irado.

- Sabe o que ele me disse? - Ele questionou, olhando para Riza - Que Johan nunca fora um resultado de Kinderheim 511. Que já havia chegado lá daquele jeito, perfeito como era. Ele chamou aquela aberração de perfeito, como se...

Tenma soltou um longo suspiro.

- Perdão por isso - Ele disse, sentando-se novamente.

por **Riza Nakano** Qui Jan 25, 2018 3:55 pm

— Eu entendo sua revolta, senhor Tenma. Por favor, se acalme, e não precisa se desculpar.

Com as informações frescas na cabeça e gravadas em GLaDOS, ela começava a juntar as peças. Um psicopata como Johan estava por trás de todo o ataque. Sua motivação? Quem sabe o caos? Ela não podia prever seus próximos movimentos, pois eles não eram óbvios. O caos podia ser alcançado de diversas formas, e todas as contingências poderiam se provar inúteis com a preparação correta.

— Vocês sabem qual é o objetivo dele? Ele já mencionou isso em algum momento?

Como posso pará-lo? Como posso pará-lo? Ressoava na cabeça dela, precisando de mais informação para formular um plano de ação.

por Convidado Qui Jan 25, 2018 10:03 pm

- Johan quer ser o último ser vivo restante no planeta Terra - Disse Nina, puxando seu próprio PDA e voltando-o para Riza.

Lá, mostrava a capa de um livro de histórias para crianças, seu nome era Obluda, Která Nemá Své Jméno, seu título, traduzido do tcheco ficava algo parecido com '' O Monstro que Não Possuía um Nome ''. Assim que Riza lesse o conto, ela poderia notar as similaridades que haviam entre ele e Johan. Nina contou para ela que após serem abandonados por sua mãe, ambos vagaram por muito tempo, sozinhos e sem um nome para chamar de si, apenas tendo aquele livro como companhia. No final do conto, mostrava que o Monstro Sem Nome estava sozinho, sem ninguém para chamá-lo pelo seu novo nome, que era Johan.

Capa do Livro:

- Esse livro é de criação de Franz Bonaparta, sobre o nome falso de Emil Scherbe - Falou Tenma, se Riza pesquisasse sobre esse nome falso, veria que o homem tinha morrido oito anos atrás e que Franz Bonaparta havia morrido há pelo menos dez.

por **Riza Nakano** Dom Jan 28, 2018 4:48 pm

— O último... ser vivo do planeta? — Riza sentiu um medo que não conseguiria exprimir em palavras. Não era simplesmente o fato de ter um monstro à solta. Depois de tudo que vira e ouvira, ela sentia como se não duvidasse nem por um segundo que Johan era capaz de cumprir seu objetivo.

Ela engoliu em seco, pegando o conto e o lendo rapidamente. Seu estômago deu voltas, como se ela própria tivesse um monstro na barriga.

— A morte de todos os seres vivos... até que só reste ele? — ela tinha um ar de indignação.

por Convidado Dom Jan 28, 2018 5:26 pm

- Quando nossa mãe nos abandonou, nós só tínhamos um ao outro. E esse livro. Eles nos acompanha desde sempre. Johan lia ele direto. Acho que deve ter tido alguma forma de... influência nele - Falou Nina, enquanto ponderava.

- Eu me pergunto o que aconteceu para que Johan ficasse assim - Disse Tenma, cruzando seus braços - A mãe dele o abandonou, ele foi separado da irmã, levado até Kinderheim 511 onde apagaram as memórias dele e depois foi adotado pelos Liebert, apenas para matá-los. Algo deve ter acontecido, ninguém pode nascer mal assim. Talvez seja uma junção de todos esses traumas?

Um momento de silêncio ocorreu, enquanto todos se perdiam em seus pensamentos. A verdade era que o plano de Johan era incerto, por mais que seu objetivo fosse claro. Ele desejar ser o último ser vivo na Terra era uma coisa, mas como ele chegaria até tal ponto era outra. Ele não era a primeira pessoa a ter esse pensamento e certamente não seria a última, a diferença era que Johan tinha algo nele... uma certa falta de consideração por tudo, que fazia dele uma verdadeira ameaça. Em seu PDA, Nina ligou um arquivo de áudio. Uma voz foi escutada.

- Onde estamos? - Perguntou a voz de um homem.

- Kinderheim 511 - Respondeu a voz de uma criança.

- Qual o seu nome? - Questionou o homem.

- Meu nome é Johan - Falou a criança.

- Qual o seu sobrenome? - Nenhuma resposta - Vou perguntar mais uma vez. Qual o seu sobrenome?

- Meu nome é Otto, meu nome é Hans, meu nome é Thomas, meu nome é Johan - Respondeu Johan.

- Qual é o seu verdadeiro nome? - Indagou o homem.

- Era uma vez, em uma terra muito distante, vivia um monstro sem nome. O monstro desejava muito ter um nome... - Falou Johan

- Isso é algum tipo de conto? - Questionou o interrogador.

- Eu estava lendo isso enquanto eu esperava pela Anna - Disse Johan.

- Onde está seu pai? - Perguntou o homem.

- Eu não sei - Respondeu Johan.

- Onde está sua mãe? - Questionou o homem.

- Ela está viva, eu acho - Disse a criança.

- Você é um ótimo garoto. Você tem medo de algo? - Questionou o homem. Nenhuma resposta - Vou mudar a pergunta. Você já matou alguém?

- Muitas pessoas morreram. Tantas que parecia que só havia eu e a Anna no mundo inteiro - Respondeu Johan.

- Onde isso aconteceu? - Novamente, sem resposta - Vou voltar para a pergunta anterior. Do que você tem medo?

- Olhem para mim! Olhem para mim! O monstro dentro de mim cresceu. Munch-munch-nhac-nhac - Falou a criança - É disso que eu mais tenho medo.

O áudio acabou.

por **Riza Nakano** Seg Jan 29, 2018 3:41 pm

— Não sei... — ela pensou melhor e resolveu manter seus pensamentos para si mesma, em respeito à irmã dele.

Ouviu o áudio como os outros, e um calafrio subiu por sua espinha.

— Ele parece obcecado com a história. Ela claramente teve um grande impacto nele. Mas o que me preocupa realmente é a cirurgia pela qual ele passou ainda criança. Deve haver chances desse comportamento ser, além de fruto de diversas experiências traumáticas, uma sequela física, real. Algo que explique o por que você é uma pessoa sã e ele... se tornou o que se tornou. — ela disse para a gêmea de Johan.

por Convidado Seg Jan 29, 2018 3:52 pm

- Franz Bonaparta, além de ser o autor desse livro e de vários outros, foi quem criou o experimento da Mansão Red Rose. Ele quem coordenou tudo. Se Johan não nasceu como um monstro, esse homem certamente fez dele um - Falou Tenma.

Riza poderia notar que Tenma era uma pessoa genuinamente boa, e mesmo para Johan, uma pessoa que ele vira matar e sabia que planejava algo horrível para aquela cidade. Mas ele ainda não abandonava as esperanças. Para ele, todas as vidas eram iguais, ninguém era superior a ninguém. Uma visão que todo médico deveria ter.

- Eu realmente não sei. Só... vamos parar de pensar no que poderia ser, sim? Temos que parar ele - Falou Nina. Pensar que seu irmão poderia ser uma pessoa boa era algo que ela evitava pensar.

por **Riza Nakano** Qua Jan 31, 2018 6:45 am

— Eu entendo. — ela disse para Nina, mas na verdade não entendia. Para ela, todos aqueles traumas eram claramente a razão por trás do comportamento de Johan, tornando-o apenas uma pessoa doente, e não alguém que é mal por querer.

Riza pensou por algum tempo, e algo muito perigoso se desenvolveu na sua mente. Nietzche dizia que a piedade é um sinal de desprezo, pois um deixa de ser um objeto de medo assim que se torna um objeto de pena. Ela não percebeu, mas acessou esse sentimento tão perigoso.

— O que podemos fazer?

por Convidado Qua Jan 31, 2018 10:31 am

- Saber o que ele planejava fazer ajudaria - Falou Grimmer, cruzando seus braços logo em seguida. Era uma coisa estranha, apesar de saber do passado daquele homem, apesar de saber que ele era suscetível a mudar de personalidade para uma repleta de raiva, ele ainda mantinha aquele sorriso em seu rosto, acompanhado com aquela aura completamente amigável.

Tenma olhou para cima, para Riza e suspirou. Ela podia notar que ele estava completamente perdido, sem ideia do que poderia fazer para impedir que Johan continuasse com aquele plano de destruição que ele possuía. Dominação mundial não era um bom nome para o que Johan planejava fazer, pois para isso precisavam sobrar seres para trás, para que ele pudesse governá-los. Destruição era um nome mais correto.

- Eu acho que ele está atrás de Franz Bonaparta, ou Klaus Poppe ou qualquer nome que ele esteja usando. Talvez, ele queira se vingar dele primeiro, para depois continuar o que ele quer fazer. Johan jamais se prende a algo - Falou Tenma, tentando raciocinar sobre aquilo - Se conseguirmos achar Bonaparta antes de Johan, isso nos dará uma vantagem. Saberemos para onde ele estará indo - Uma pausa na sua fala - Eu... tenho que matá-lo. Eu trouxe ele de volta a vida, é minha responsabilidade. Mas... eu sou um médico, não sou? Eu não deveria estar tentando salvar a vida dele?

por **Riza Nakano** Sex Fev 09, 2018 11:09 pm

Parecia plausível que encontrassem os prováveis principais alvos de Johan antes de qualquer coisa, e talvez até o encontrassem em uma dessas incursões, tornando mais fácil o diálogo com ele, ainda que em um momento de stress para fazer com que ele refletisse sobre suas ações e pudesse talvez até se arrepender. Mas então, Tenna falou aquilo sobre matar Johan.

— Matar?! N-Não! Não podemos fazer isso! Ele claramente precisa de nossa ajuda, não que sejamos uma ameaça para ele!

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